Nesta sexta-feira (25), a Polícia Federal executou mandados contra suspeitos de desviar recursos de verbas parlamentares e falsificar documentos para beneficiar uma organização da sociedade civil. Os alvos da operação são o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) e assessores.
>> Siga o canal do "Sou Mais Notícias" no WhatsApp e receba as notícias no celular.
Gayer é suspeito de direcionar recursos públicos de verbas parlamentares para suas empresas particulares, incluindo uma escola de inglês e uma loja de camisetas em Goiânia. O celular do parlamentar foi apreendido, e a ação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com apoio da Procuradoria-Geral da República (PGR).
As investigações apontam Gayer como figura central do esquema de desvio de verbas públicas, supostamente canalizando os recursos para empresas privadas e entidades de fachada.
Em suas redes sociais, o deputado relatou que foi acordado pela Polícia Federal às 6h. “Sei que alguns dos meus assessores também receberam busca e apreensão”, comentou Gayer em um vídeo, destacando que dispositivos eletrônicos foram apreendidos. Ele também criticou a ação judicial em meio ao período eleitoral, alegando que atos como esse afetam diretamente a política local.
Embora Gayer não seja candidato neste segundo turno, ele atua na campanha de um candidato à prefeitura de Goiânia. Em nota, ele afirmou que já está providenciando habilitação no processo, que só poderá ser aprovada pelo ministro Alexandre de Moraes, mas sem prazo definido.
Detalhes das suspeitas contra Gayer e assessores
Além do desvio de recursos, Gayer é suspeito de operar entidades fictícias para desviar verbas por meio de emendas parlamentares, centralizando o esquema em seu gabinete e em empresas privadas associadas a ele e à família. Segundo a Polícia Federal, ele teria utilizado “testas de ferro” para ocultar sua ligação direta com as empresas.
As investigações sugerem que o deputado e assessores possam estar envolvidos em associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documentos e peculato.
- Incêndio que matou casal e bebê foi causado por produto usado em impermeabilização de sofá
- Pastor é preso após mulher trans ser encontrada morta em quarto de motel em SP
Buscas em Goiás e no Distrito Federal
Até as 9h, a PF não revelou a identidade de todos os envolvidos, informando apenas que os recursos desviados financiam empreendimentos privados. Em uma das residências de um assessor, foram apreendidos mais de R$ 70 mil em espécie.
Ao todo, 19 mandados de busca e apreensão foram autorizados, abrangendo Brasília (DF) e quatro cidades de Goiás: Cidade Ocidental, Valparaíso, Aparecida de Goiânia e Goiânia. Nesta fase, não foram expedidos mandados de prisão, e os suspeitos responderão pelos crimes somente se o Ministério Público apresentar denúncia aceita pela Justiça.
Operação Discalculia
Batizada de “Discalculia” – em referência a um transtorno de aprendizado com números -, a operação revelou uma ata falsificada nos documentos de criação da organização social, onde constavam nomes de crianças entre 1 e 9 anos no quadro social da entidade.