Comissão do processo de impeachment de Mauro Carlesse marca reunião para discutir cronograma de trabalho

Governador afastado ainda não foi notificado e disse que volta ao estado após liberação médica. Entendimento dos deputados é de que a comissão não pode realizar atos deliberativos, mas isso não impediria trabalhos internos.

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Uma nova reunião da Comissão Especial de impeachment será realizada nesta terça-feira (14), na Assembleia Legislativa do Tocantins, para discutir o cronograma de trabalhos. O governador afastado Mauro Carlesse (PSL) ainda não foi encontrado pela AL para ser notificado sobre o processo. No fim da manhã desta segunda-feira (13), o advogado dele protocolou documento informando que o cliente esteve internado em São Paulo, necessita de “repouso absoluto” e retornará ao estado quando tiver “licença médica”.

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Durante o fim de semana Mauro Carlesse foi internado em um hospital após sentir dores no peito, mas a localização não foi informada pelos advogados ou pela assessoria de comunicação.

O documento protocolado pelo advogado na Assembleia Legislativa afirma que Carlesse esteve em São Paulo (SP).

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“Declara também que no último sábado, dia 11.12.21, esteve hospitalizado em São Paulo (SP), quando foi detectado problema cardiovascular, necessitando de repouso absoluto. Com isso, em respeito aos parlamentares desta Casa de Leis e seu regimento interno, informa que assim que conseguir licença médica regressará ao Estado do Tocantins”, diz o documento assinado por Juvenal Kayber Coelho.

Documento protocolado por advogado na AL — Foto: Reprodução
Documento protocolado por advogado na AL — Foto: Reprodução
Cronograma de trabalho

A comissão especial que vai analisar o pedido de impeachment foi instalada na última quinta-feira (9). Desde então foram feitas seis tentativas de notificar Mauro Carlesse nos endereços dele no estado. A dificuldade em encontrá-lo tem travado o andamento do processo, pois a notificação precisa ser entregue pessoalmente.

Nesta terça-feira (14) os deputados vão se reunir no plenarinho da Assembleia, durante a tarde, para discutir o cronograma de trabalho da comissão.

O entendimento é de que os parlamentares não podem realizar atos deliberativos antes da notificação de Carlesse, mas isso não impediria que fizessem outros trabalhos internos como a análise de documentos e provas, por exemplo.

Segundo a Assembleia, o cronograma deverá ser deliberado e aprovado pelos membros da comissão, mas isso só deve acontecer após o prazo de defesa de Carlesse, que só começa a contar após a notificação.

Quais as acusações?

O pedido de impeachment é baseado nos inquéritos que levaram ao afastamento do governador pelo Superior Tribunal de Justiça. Carlesse é considerado suspeito em duas operações da Polícia Federal que ocorreram simultaneamente.

Uma delas é para a apuração de um suposto esquema de propinas relacionado ao plano de saúde dos servidores públicos, na época chamado de PlanSaúde. A segunda operação investiga suposta interferência do governador em investigações da Polícia Civil que poderiam prejudicar aliados e o próprio governo.

No dia em que o processo teve início, na última terça-feira (7), a defesa de Carlesse emitiu nota dizendo que a abertura era um ato apressado e impensado.

*Por G1