Cerrado tem a maior área sob alerta de desmatamento para agosto desde 2018, diz Inpe

Foram 433 km² sob alerta de desmate, mais que o dobro para o mês em 2020. Na Amazônia Legal, foram 918 km² sob alerta em agosto, terceiro pior número nos últimos 3 anos.

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Cerrado registrou, em agosto, uma área de 433 km² sob alerta de desmatamento – a maior para o mês desde 2018, segundo o monitoramento do sistema Deter-B, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). É mais que o dobro da área sob alerta em agosto de 2020.

A maior parte do desmatamento visto em agosto no Cerrado ocorreu no Maranhão (123 km², equivalente a 28% do total). Em segundo lugar veio o Tocantins (92 km²) e, em terceiro, a Bahia (71 km²).

O mês passado marcou o início da temporada de desmatamento no bioma. A medição do desmate no Brasil – tanto no Cerrado como na Amazônia – considera sempre a temporada que vai de agosto de um ano a julho do ano seguinte, por causa das variações do clima.

O Deter não é o dado oficial de desmatamento, mas alerta sobre onde o problema está acontecendo. A medição oficial do desmatamento, feita pelo sistema Prodes, costuma superar os alertas sinalizados pelo Deter.

Além da alta no desmate, o Cerrado também registrou, de 1º de janeiro até 31 de agosto deste ano, o maior número de focos de queimadas para esse período desde 2012.

Ao todo, o bioma, que é o segundo maior do Brasil, ocupa quase um quarto do território brasileiro e está presente em 15 estados – Amapá, Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rondônia, Roraima, São Paulo e Tocantins – e no Distrito Federal.

Por ter o solo mais alto, ele é responsável por absorver umidade e levar água para 8 das 12 bacias mais importantes para o consumo de água e geração de energia no país. A falta de chuva que atinge a região neste ano influencia a seca vista no Pantanal, no Rio São Francisco e até na hidrelétrica de Itaipu. (Entenda mais sobre isso).

Amazônia Legal

Na Amazônia Legal, a área sob alerta de desmatamento foi de 918 km² em agosto, terceiro pior número nos últimos 3 anos. A região também viu o terceiro pior número de queimadas em 3 anos no mês passado, acima da média histórica.

Em julho, um estudo liderado por uma pesquisadora do Inpe, publicado na revista “Nature” – uma das mais importantes do mundo – apontou que regiões da floresta afetadas pela degradação ambiental estão levando o conjunto da Amazônia a emitir mais carbono do que consegue absorver.

A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro e engloba a área de 8 estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, além de parte do Maranhão.

*Por G1