Caça-fantasmas: Fisioterapeuta trabalhava no Estado, prefeitura e na própria clínica, diz polícia

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O alvo da quinta fase da operação Catarse, iniciada nesta quinta-feira (20), é a servidora Cynara Nunes Leão Mota. Conforme a Polícia Civil, ela é fisioterapeuta concursada na Secretaria de Estado de Saúde e no município de Paraíso do Tocantins. Além disso, atendia nas três clínicas de estética que possui na cidade.

Conforme a Polícia Civil, para cumprir a carga horária, apenas nos órgãos públicos, a servidora precisaria trabalhar 60 horas por semana, para cumprir 40 horas semanais no estado e outras 20 horas no município. Mas segundo o delegado José Lucas, isso que acontecia. “Há elementos de que ela atuava pela manhã e à noite nas clínicas que possui e durante a tarde enquanto servidora municipal de Paraíso”, explicou.

Os advogados da servidora disseram que ela recebeu com surpresa a operação e que sempre cumpriu as obrigações das funções que exerceu em cargos públicos. Informaram que Cynara está licenciada, por interesse particular, sem remuneração desde o inicio do mês de dezembro de 2018, e que nos meses que antecederam seu licenciamento (meses 08/09/11/2018) encontrava-se de férias.

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| Fisioterapeuta Cynara Leão é o alvo da quinta fase da operação

Ainda segundo a Polícia Civil, documentos foram apreendidos em uma das clínicas da mulher e em outros endereços na cidade. “Já há elementos nesse sentido de que não cumpria horário no estado e nós temos convicção de que agora, com a análise de todo o material que foi apreendido, haverá provas mais robustas para conclusão do inquérito e remessa ao poder judiciário”, pontuou o delegado.

A Polícia Civil informou que a mulher já estava sendo investigada. Porém, os indícios se tornaram mais fortes depois que a polícia encontrou provas da existência de pelo menos 300 servidores fantasmas na Secretaria-geral de Governo. Cynara Leão seria uma delas.

Se forem comprovadas as irregularidades, a servidora vai responder pelo crime de peculato, se apropriar do dinheiro público, cuja pena é de dois a doze anos, e multa. “Há informações de que familiares e pessoas próximas a ela possuem influência política no município de Paraíso e no Estado do Tocantins.”

Operação

As investigações tiveram início após denúncias de funcionários fantasmas do governo do Tocantins em Araguaína, norte do Tocantins. Duas mulheres que estariam recebendo sem trabalhar foram identificadas. Uma delas estuda medicina no exterior e mesmo assim era paga pelo estado. A outra é dona de um hotel de luxo na cidade.

Já na última segunda feira (17), quatro pessoas foram presas suspeitas de fraudes em licitações na Câmara Municipal de Porto Nacional. Essa fase foi chamada de Negócios de Família. A suspeita é de que o grupo teria desviado R$ 700 mil.

A operação também chegou na assembleia Legislativa do estado. Conforme a polícia, um homem é suspeito de ser funcionário fantasma no gabinete do deputado estadual José Bonifácio (PR). Segundo a denúncia, Luzymar Aguiar da Luz é funcionário do deputado desde 2011 recebendo R$ 2.354,00. Ao mesmo tempo, ele cumpre jornada de trabalho semanal de 44 horas em uma empresa privada em Araguaína desde 2005.

Posteriormente, nesta quarta-feira (19), mandados de prisão preventiva foram cumpridos contra o chefe de gabinete e mais dois servidores do deputado Valdemar Júnior (MDB). Conforme a polícia, ele são suspeitos de estarem envolvidos num esquema de recebimento de parte de salários de servidores fantasmas. Posteriormente, grande parte deste valor seria devolvida aos envolvidos.

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