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As buscas por Lázaro Barbosa, 32 anos entram no 12º dia neste sábado (19). Na base da força-tarefa montada em uma escola do distrito de Girassol (GO), o movimento de policiais foi intenso no começo da manhã. Neste momento, as equipes estão espalhadas no mato procurando o suspeito de ter assassinado a família Vidal, em Ceilândia, em 9 de junho.
Ao longo da BR-070, seguem montados diversos pontos de bloqueio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), com fiscalização dos veículos que trafegam entre Cocalzinho e Águas Lindas. “Há o risco de as pessoas serem coagidas a levá-lo no porta-malas”, diz um dos agentes, sob a condição de anonimato.
Segundo ele, a maioria dos motoristas parados está deixando a área rural dos municípios de Girassol e Edilândia, com medo do foragido. Além disso, migram em direção a áreas mais urbanas, onde o sinal de telefone é melhor. “Mais difícil de pedir socorro (na região onde Lázaro se esconde)”, acrescenta.
O trabalho é feito dia e noite e a estimativa é de que por minuto, quase 10 carros sejam abordados, nos dois sentidos da rodovia. Com o fim de semana, há ainda o fluxo intenso de turistas que seguem para cidades turísticas, como Pirenópolis (GO).
Na tarde de desta sexta-feira (18), helicópteros da Polícia Militar sobrevoaram a região de Girassol, enquanto carros das corporações envolvidas deixaram a base da megaoperação, na Escola Municipal Alto da Boa Vista, para atender a um chamado. Havia suspeita de que Lázaro tivesse sido visto, feito novos reféns e trocado tiros com as equipes de segurança. No entanto, em coletiva de imprensa à noite, o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Rocha Miranda, negou a informação. “Não teve tiroteio. Teve cerco e visualização. Tivemos algumas informações concretas, mas não teve refém em local nenhum”, declarou.
O chefe da pasta mencionou o conhecimento que Lázaro tem da área e justificou que esse seria o principal motivo de a procura não ter sido bem-sucedida até então. “Continuamos as buscas. Fizemos um cerco amplo e o reduzimos mais. Vamos virar a noite hoje (ontem) para conseguir finalizar a caçada a esse psicopata. Tentamos chegar a um desfecho. Estamos mais perto. Lázaro está cansado e acuado, mas não deixa de ser perigosíssimo”, completou Rodney.
Na sexta, os trabalhos contavam com 270 profissionais do DF e de Goiás. Há uma semana, agentes das polícias Federal e Rodoviária Federal (PRF) se juntaram à força-tarefa. Na terça-feira, parte do time da Polícia Militar distrital que integrava as buscas deixou a região, onde permaneceram apenas equipes especializadas. Da capital federal, há grupamentos dos batalhões de Cães (BPCães) e de Operações Especiais (Bope), ambos da PM, além da Divisão de Operações Especiais (DOE) da Polícia Civil. Entre os militares goianos, há servidores do Corpo de Bombeiros, da Tropa de Choque, do Batalhão Rural e do grupo Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam).
Na quinta-feira, o ministro da Justiça e Segurança Pública, delegado Anderson Torres, colocou a Força Nacional à disposição do secretário Rodney Miranda, que aceitou a oferta. O chefe da pasta federal informou à reportagem que confirmaria o pedido ontem, porém, isso não ocorreu. Na entrevista, Rodney afirmou que não saberia a partir de quando a tropa integraria a caçada.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), disse que não pediu apoio da tropa – a solicitação deve partir do chefe do Executivo estadual ou distrital. “O secretário de Segurança Pública (Rodney Miranda) disse que o diretor-executivo do Ministério da Justiça ligou para falar que enviaria policiais da Força Nacional. O secretário, além de agradecer, disse que toda ajuda é bem-vinda”, comentou Caiado. No entanto, até a noite desta sexta, o grupo não havia chegado ao território goiano.
O estresse com a operação ultrapassa os limites de Cocalzinho de Goiás. Micaela Ribeiro, 28 anos, mora em Águas Lindas (GO), mas, desde o início da megaoperação, acompanha o pai diariamente. Caseiro em uma fazenda no povoado de Edilândia, ele costumava passar a semana no endereço. Agora, volta para casa todos os dias com a filha. “E a polícia vai e volta com a gente, na escolta. Só que ele não vai retornar mais (para a fazenda) enquanto não acharem (o Lázaro). Estamos apavorados, mesmo. Não comemos nem dormimos direito. Não saímos para lugar algum. É complicado. Nossa maior preocupação é de que ele apareça, faça alguém de refém”, desabafa Micaela.
Crime em Ceilândia
O suspeito invadiu a casa da família, localizada no Incra 9, no Núcleo Rural Alexandre Gusmão, na madrugada de 9 de junho. Lá, Lázaro Barbosa matou o empresário Cláudio Vidal, de 48 anos, e os dois filhos dele, Gustavo Vidal, de 21 anos, e Carlos Eduardo Vidal, de 15 anos. Os três foram encontrados com marcas de tiros e facadas.
A esposa de Cláudio e mãe dos jovens, Cleonice Marques de Andrade, de 43 anos, foi sequestrada e encontrada morta três dias depois, em um córrego da região.
Após os crimes, Lázaro fugiu para a região entre Cocalzinho e Edilândia, no Entorno do DF. Nos últimos dias, ele fez uma série de assaltos a chácaras na região. Em um dos crimes, deixou três pessoas baleadas.
*Com informações do G1