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Um ator e uma influenciadora, ambos de 50 anos, foram presos nesta quinta-feira (13) em Fortaleza sob suspeita de fraudar chaves Pix para desviar doações destinadas às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
De acordo com investigações da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, José Aldanísio e Regina Jorge criaram 235 chaves Pix diferentes para manipular diversas campanhas de arrecadação de donativos. Durante o mês de maio, os suspeitos criaram chaves novas diariamente.
“Esse casal usava documentos falsos em nome de um casal real aqui do Ceará. Eles pegavam os documentos verdadeiros e colocavam suas fotos, criando documentos falsos. Com esses documentos falsos, abriam contas em bancos, geralmente digitais, e criavam as chaves PIX”, explicou o delegado de Crimes Informáticos e Defraudações do Rio Grande do Sul, João Vitor Heredia.
José se apresenta como comediante, recitador e interessado em cinema e TV. Regina se descreve como atriz, apresentadora e influenciadora.
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Esquema de Fraude
O casal alegou ter praticado os atos devido a dificuldades financeiras. “Eles nos disseram que estavam em dificuldades financeiras e precisavam de dinheiro, o que sugere que praticaram o crime para arrecadar fundos”, afirmou o delegado.
Além dos mandados de prisão, os suspeitos foram presos em flagrante por falsificação de documentos, pois a polícia encontrou vários documentos falsos na casa do casal, utilizados para abrir contas bancárias para os golpes.
Modus Operandi
Segundo a polícia, o esquema funcionava assim:
- Criavam contas bancárias com documentos falsos;
- Buscavam nas redes sociais campanhas legítimas de arrecadação para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul;
- Com as contas falsas, criavam centenas de chaves Pix;
- Divulgavam campanhas de doações reais, mas alteravam a chave Pix para que o dinheiro caísse em suas contas.
Os suspeitos frequentemente alteravam apenas um dígito da chave verdadeira para enganar os doadores.
Entre as campanhas afetadas estavam as das influenciadoras digitais Paola Saldívia e Deise Falci, que arrecadavam fundos para o cuidado de animais resgatados das enchentes. Seguidoras relataram que as doações estavam sendo direcionadas a destinatários diferentes dos anunciados, levando à investigação policial.
“Em duas campanhas específicas de influenciadoras digitais grandes do Rio Grande do Sul, muitos relatos indicavam que as doações não estavam indo para as beneficiárias. Isso chamou nossa atenção e iniciamos a investigação, que nos levou ao casal no Ceará”, disse o delegado João Vitor Heredia.
Operação
A operação foi chamada “Doppelganger”, em referência ao folclore alemão que significa “duplo ambulante”, devido ao uso contínuo de documentos falsos em nome de um casal real. A ação, que conta com apoio operacional da Polícia Civil do Ceará, faz parte da Operação Dilúvio Moral, visando reprimir crimes virtuais explorando a situação do Rio Grande do Sul.
Até agora, o Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) analisou mais de 60 casos, com cerca de 70% concluídos, resultando em mais de 30 inquéritos. Foram retiradas do ar 71 páginas, contas e publicações criminosas, evitando um enriquecimento ilícito de dezenas de milhares de reais.