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Carlos Alberto Costa, conhecido como Carlão da Saneatins, deve ser exonerado da superintendência do Incra no Tocantins. Conforme a informação da direção do instituto, a portaria com a decisão será publicada nesta quinta-feira (20), no Diário Oficial do União. Carlão, que também é ex-deputado estadual, foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (19). Ele é suspeito de receber R$ 5 milhões em propina ao longo de três anos.
Conforme a ação, a movimentação bancária nas contas de Carlão é desproporcional e incompatível com a condição de agente público. A investigação também aponta que esse dinheiro entrou na conta num período de dezembro de 2014 a julho de 2018, o que levanta a suspeita de recebimento de propina.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), há um relato anônimo, o qual contribuiu para o início das investigações em que diz que Cartão “parece ter transformado o gabinete do superintendente em verdadeiro ‘balcão de negócios’. A repartição agora é onde se negocia com empresários”.
O relato faz menção a uma chamada pública aberta pelo Incra para selecionar empresas com o objetivo de prestar assistência técnica e extensão rural para 15 mil famílias em 226 assentamentos do Tocantins. Seriam repassados pela União mais de R$ 28 milhões para a execução do serviço.
Ainda segundo o MPF. além da gravidade dos crimes apurados na investigação em curso, a decisão judicial que decretou a prisão, menciona “ notória influência exercida pelo investigado” tanto no órgão público quando no meio empresarial e nos projetos de assentamento.
Também constam da decisão judicial, relatos de invasões de terra no interior do Estado de forma violenta e uma atuação que fomenta conflitos agrários. De acordo com informações já reunidas pelos investigadores, também há indícios do direcionamento dos eventuais assentados para empresas pré-selecionadas, alinhadas a Carlão. Conforme apurado, estas empresas eram encarregadas de promover o georreferenciamento sob a promessa de ulterior regularização do lote.