Governo anuncia que recadastramento de servidores começa em 18 de dezembro

A medica acontece após operação da Polícia Civil apontar indícios de mais de 300 funcionários fantasmas na Secretaria-Geral de Governo.

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O governo do estado informou que iniciará recadastramento dos servidores públicos do Quadro de Pessoal do Poder Executivo do Tocantins no próximo dia 18 de dezembro.  A ação ocorrerá em duas etapas, sendo a primeira virtual e a segunda de forma presencial com apresentação da documentação. O decreto que convoca os servidores para o recadastramento foi publicado na edição desta quinta-feira (13), no Diário Oficial do Estado (DOE).

A medica acontece após operação da Polícia Civil apontar indícios de mais de 300 funcionários fantasmas na Secretaria-Geral de Governo. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Palácio Araguaia, na semana passada.

Segundo a Secretaria de Estado da Administração, a medida possibilitará à gestão obter informações atualizadas sobre o local de trabalho e as atividades desenvolvidas por cada servidor. A pasta alega que a ação foi prevista quando o governador Mauro Carlesse editou o Decreto 5.878, de 12 de novembro de 2018, instituindo a Comissão de Estudos para Reestruturação dos Órgãos e Entidades, Cargos e Funções Comissionadas da Administração do Governo.

Ainda segundo a secretaria, com esse recadastramento será possível saber a força de trabalho que o Estado possui e dimensionar melhor essas pessoas para as funções. Atualmente, o Governo do Tocantins possui uma folha com 54.273 servidores públicos (dados de outubro), sendo que a força de trabalho se concentra em maior número na Educação e na Saúde.

Etapas

A Secretaria da Administração deve editar até o início da próxima semana o ato que vai regulamentar as etapas do recadastramento. A primeira etapa, que inicia na terça-feira, 18, contará com um formulário eletrônico que estará disponível no Portal do Servidor.

A previsão é que a segunda etapa tenha início somente a partir do ano que vem. Nela, os servidores que atuam no interior poderão entregar a documentação na região em que estão lotados, com vistas a facilitar o acesso à entrega dos dados.

A pasta ressalta que, como a primeira etapa ocorrerá de forma virtual, os servidores que prestarem informações incorretas ou incompletas poderão responder penal e administrativamente pelo ato. Além disso, os servidores que não realizarem o recadastramento em alguma das fases terão o pagamento suspenso.

Ao final será elaborado um relatório acerca dos resultados sugerindo a cisão, fusão, incorporação ou extinção de órgãos e entidades; revisão de unidades e setores administrativos de cada órgão ou entidade, bem assim da denominação, do quantitativo, do símbolo e do valor dos cargos e funções comissionadas, tendo em vista o alcance de significativos percentuais de economicidade, imprescindíveis ao reenquadramento do Estado nos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LFR) quanto aos gastos com pessoal.

A comissão é composta por membros da Secretaria de Estado da Fazenda e Planejamento; da Administração; Cidades e Infraestrutura; Casa Civil; Ações Estratégicas; e o Chefe de Gabinete do Governador.

Entenda

As investigações da Polícia Civil começaram depois que a Delegacia de Investigações Criminais (Deic) recebeu denúncias de duas mulheres de Araguaína que seriam funcionárias fantasma. Uma delas é dona de um hotel de luxo na cidade. Já a outra cursa medicina no Paraguai e mesmo assim estava recebendo todos os meses.

Conforme dados do próprio Estado, 623 pessoas deveriam trabalhar no local, mas os investigadores só encontraram as folhas de frequência de metade dos servidores. Além disso, verificaram que o órgão não tem estrutura para abrigar tanta gente.

O governo do Estado informou por nota que vem identificando e levantando informações sobre servidores que se encontram em situação de ausência no trabalho. Sobre a operação da Polícia Civil, a gestão disse que colabora para o levantamento e vai instaurar procedimentos administrativos contra os servidores investigados.

O delegado José Anchieta disse que solicitou que pediu informações sobre os funcionários lotados na superintendência de Administração e Finanças da Secretaria Geral de Governo, mas não recebeu resposta. Depois disso, a delegacia começou a investigar as duas servidoras e solicitou mandados de busca e apreensão.

Os mandados foram atendidos pela Justiça e cumpridos na última semana. Uma força-tarefa foi realizada para as buscas e não encontrou as folhas de presença de cerca de 300 funcionários da secretaria.

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Fotos: Divulgação

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