Amastha é indiciado pela Polícia Federal por corrupção passiva e associação criminosa

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Prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB) foi indiciado pela Polícia Federal por corrupção passiva, associação criminosa e cobrança indevida de Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) do empresário Egon Just. O gestor é o principal alvo da Operação Nosotros, que apura fraude de R$ 260 milhões em licitações para a construção do Bus Rapid Transit (BRT).

Além do prefeito da capital, foram indiciadas outras oito pessoas, entre elas o procurador geral de Palmas Públio Borges e dois secretários, o de Governo e Relações Institucionais, Adir Gentil, e o de Finanças, Cláudio Shuller. Com a conclusão do trabalho investigativo, a Polícia Federal encaminhou o relatório para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, com sede em Brasília (DF), e para o Ministério Público Federal.

Investigações
De acordo com as investigações, o esquema funcionava com agentes públicos juntamente com imobiliárias pressionando proprietários de imóveis na capital para que doassem parte de suas terras para pessoas ligadas ao grupo criminoso. Uma das formas de coagir as supostas vítimas era através da cobrança de altos valores de IPTU. Egon Just seria um dos proprietários supostamente coagidos. O empresário, dono de uma grande área perto do trajeto do BRT, acusa Amastha, gestores ligados ao prefeito e empresários do ramo imobiliário de pressioná-lo para vender suas terras.

Operação Nosotros
Deflagrada no dia 10 de novembro do ano passado, a Operação Nosotros da Polícia Federal cumpriu 10 mandados de busca e apreensão e 12 de condução coercitiva, no Tocantins, Paraná e em Santa Catarina. A polícia tentou conduzir o prefeito até a superintendência da PF, em Palmas, mas, no dia da ação, Amastha não foi encontrado nem em sua casa, no Taquari, nem no apartamento dele, na Quadra 204 Sul. Com a ajuda de um chaveiro, a PF conseguiu entrar no imóvel localizado no centro da cidade e apreendeu R$ 180 mil e 3,2 mil euros.

Amastha só prestou depoimento no dia 1º de dezembro de 2016. Alguns dias depois, o TRF da 1ª região determinou a devolução do dinheiro ao prefeito. Na decisão, o juiz federal Klaus Kuschel aceitou os argumentos apresentados pela defesa do gestor de que os valores foram adquiridos com o salário que Amastha recebe como prefeito e que as quantias eram guardados em casa por causa de bloqueios judiciais em contas correntes.

Durante coletiva de imprensa, Amastha negou as acusações, disse que a operação foi um erro e que a Polícia Federal deveria pedir desculpas. Em nota, a Prefeitura de Palmas lamentou a conclusão do relatório da Polícia Federal e declarou que a denúncia foi feita pelo maior devedor do IPTU da cidade. O demais envolvidos não se manifestaram até o momento.

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