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O sonho de ser jogador de futebol acabou aos 16 anos de idade para Dyogo Coutinho. O jovem, que jogador da categoria de base do America, estava deixando a comunidade indo para um treino quando foi atingido por um tiro nas costas.
O jovem foi atingido durante uma operação da Polícia Militar, na comunidade da Grota, em Niterói (RJ), por volta de 12h desta segunda-feira (12).
Dyogo foi socorrido no local e transferido para a Policlínica do Largo da Batalha, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu. Seu corpo foi reconhecido no local pelo seu avô, motorista de ônibus, que passava pela região e resolveu descer do veículo após avistar um corpo na entrada da comunidade. Quando se aproximou, avistou que na verdade, se tratava do seu neto.
Em seu perfil no Facebook, o jovem postava fotos de seus jogos e também de seus ídolos, jogadores profissionais de futebol. O América, clube onde Dyogo treinava, emitiu nota oficial lamentando a morte do jogador.
“O America Football Club recebeu no fim da tarde desta segunda-feira, com imensa tristeza e perplexidade, a notícia da morte de Dyogo Xavier Coutinho, de 16 anos, que treinava no plantel de atletas da categoria sub-17 de nosso clube. Dyogo ainda não era atleta federado, mas integrava um grupo específico de atletas mais jovens da referida categoria que disputava torneios não oficiais”.
A Polícia Militar se manifestou em nota, dizendo que houve uma operação nas comunidades do Viradouro, Igrejinha e Grota, envolvendo várias unidades especializadas. Segundo a PM, foram apreendidos um fuzil AK-47, duas pistolas e uma quantidade de drogas, com a prisão de três homens e a apreensão de um menor.
“Depois de a operação estar finalizada chegou ao conhecimento da Polícia Militar que um indivíduo teria sido atingido por disparos de arma de fogo e não resistiu”, disse a PM em nota.
A morte de Dyogo Coutinho gerou revolta aos moradores da comunidade onde o menino morava. Como resposta, algumas pessoas organizaram um protesto na Av. Presidente Roosevelt, no bairro de São Francisco em Niterói, e acabaram ateando fogo em um ônibus que passava pelo local na hora da manifestação.
Familiares de jogador negam confrontos na hora do crime
A família do jovem Dyogo Costa afirma que, no momento do crime, não havia confrontos na região. Os familiares estiveram no Instituto Médico Legal de Niterói nesta terça-feira, por volta das 9h, para liberar o corpo.
O enterro será às 15h, no Cemitério São Francisco Xavier, Charitas. Segundo a família, o tiro entrou pelas costas e saiu na barriga de Dyogo, na região da cintura.
“Meu neto descia a pé, passando pela via principal, com a mochila nas costas. Eu me aproximei e vi ele caído, com o rosto no chão. O PM ainda me falou que o meu neto era traficante. Não precisavam ter matado meu garoto, era só abordar e ver que a bolsa do Dyogo carregava a chuteira e o dinheiro da passagem de ônibus. Não tinha mais operação por lá. Balas perdidas podem acabar matando qualquer um, mas eles executaram o meu neto”, afirma o motorista de ônibus Cristóvão Xavier, de 63 anos, avô de Dyogo.