A corredora Danielle Oliveira, de 41 anos, morreu após ser atropelada por um estudante de medicina bêbado, em Campo Grande (MS). O acidente aconteceu na manhã deste sábado (15), na MS-010. No momento do acidente, ela realizava um “longão”, treino de corrida de longa distância. O motorista, de 23 anos, foi preso em flagrante.
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O Corpo de Bombeiros foi acionado e tentou reanimar a vítima por aproximadamente uma hora, mas ela não resistiu. Danielle Oliveira havia começado a correr para o superar o ludo pela filha com câncer e compartilhava superação nas redes sociais.
Cerca de 20 atletas corriam e pedalavam pela rodovia quando o motorista perdeu o controle da direção, atingiu o grupo e atropelou duas corredoras. Danielle morreu no local, enquanto a outra vítima, ainda não identificada, sofreu ferimentos leves e foi levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde recebeu atendimento e foi liberada.
Motorista embriagado
Testemunhas relataram que o veículo estava em alta velocidade e fazia zigue-zague na pista antes de atingir Danielle. Segundo os atletas presentes, o estudante apresentava sinais visíveis de embriaguez e exalava forte odor de álcool.
Entre os corredores, uma policial civil deu voz de prisão ao motorista no local. Quando a Polícia Militar chegou, ele recusou fazer o teste do bafômetro, mas os agentes constataram que havia latas de cerveja dentro do carro e que o condutor cheirava a álcool.
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O estudante foi preso em flagrante e encaminhado à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), no Centro Especializado de Polícia Integrada (Cepol). Ele passará por audiência de custódia na segunda-feira (17).
Segundo o delegado Lucas Caires, o jovem deve responder pelos crimes de homicídio culposo qualificado, embriaguez ao volante e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor.
Danielle começou a correr para superar o luto
Danielle encontrou na corrida uma forma de superar a perda da filha Geovanna, que faleceu vítima de câncer renal aos 4 anos.
Em suas redes sociais, ela compartilhava sua jornada e motivação, apresentando-se com a frase:
“Depois da dor, vem a coragem. Me reconstruindo…”
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Em uma das postagens, a atleta relatou que começou a correr em homenagem à filha:
“É ela! Minha Geovanna. Motivo pelo qual comecei a correr. Eu tenho muitas saudades e sei que ela está, de algum lugar, muito orgulhosa de como enfrentei a partida dela.”
Dois anos após a perda da filha, Danielle foi convidada para participar de uma corrida de 5 km, experiência que mudou sua vida:
“Foi muito difícil. Nessa prova, chorei muito e decidi que queria isso para a minha vida. Comecei a me inscrever em todos os tipos de prova.”
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Despedida emocionante da filha mais velha
Danielle deixa duas filhas. A primogênita, Giullia Porto, prestou uma emocionante homenagem à mãe nas redes sociais:
“Você era meu exemplo. Obrigada por ter me ensinado tanto, por ter me amado tanto, apesar de inúmeras falhas minhas. A falta e o vazio que eu sinto em saber que não vou mais ter seu abraço para recorrer quando algo dá errado…
Eu te amo e vai além da matéria, do corpo físico. Dá um beijo na Ge daí de cima. Vou honrar teu nome, mãe! Descanse em paz.”